Cinco fatos curiosos sobre esta edição do Sesc Jazz

03.10.2019

Trabalhos inéditos, relações inusitadas entre artistas da programação e técnicas únicas de tocar. Veja cinco curiosidades desta edição do Sesc Jazz!

1. Arturo Sandoval tocou com o pai de Yissy García no grupo Irakere

O tompetista Arturo Sandoval fundou em 1973 o grupo Irakere, ao lado do pianista Chucho Valdés (diretor do grupo), do saxofonista Paquito D’Rivera, do trompetista Jorge Varona, do guitarrista Carlos Emilio Morales, do baixista Carlos del Puerto e do baterista Bernardo García, pai de Yssy García. Oito anos depois, Arturo deixou o Irakere para formar sua própria banda.

2. Jonathan Ferr, Sun Ra Arkestra e o Afrofuturismo

A música de Jonathan Ferr é repleta de espiritualidade, com tradições ancestrais e com um movimento chamado, desde os anos 1990, de Afrofuturismo. A capa do seu álbum de estreia “Trilogia do Amor” (2019), revela sua relação com a cultura dos povos da África, a ficção científica e outras linguagens artísticas. A formação musical de Jonathan passa pelo compositor de jazz experimental Sun Ra, outro expoente do afrofuturismo e pioneiro do gênero na música.

3. Trabalhos inéditos

Nesta edição, o Sesc Jazz promove dois encontros inéditos:

María Toro & Chano Domínguez

A flautista María Toro e o pianista Chano Domínguez nasceram na Espanha e tocam jazz flamenco. Estão na estrada há décadas, mas só foram se conhecer pessoalmente em 2017. Quando isso aconteceu, decidiram experimentar a ideia de se apresentarem juntos. María é da Galícia, região do Noroeste da Espanha que faz fronteira com Portugal. Tem as músicas galega e portuguesa como seus pilares.

Chano é da Andaluzia, combina as matizes do flamenco e as músicas de origem cigana e moura com os improvisos do jazz e do blues afro-americanos. Já colaborou com diversos artistas, como o guitarrista espanhol Paco de Lucía e o trompetista e compositor norte-americano Wynton Marsalis.

Women’s Improvising Group

O Women’s Improvising Group foi criado em 1977, pela escocesa Maggie Nicols, junto com a inglesa Lindsay Cooper (1951-2013) em resposta ao lineup do festival Music in Socialism, que só tinha bandas formadas por homens. Maggie, única remanescente da formação original, hoje com 71 anos, convidou mulheres artistas de vários países para se apresentarem juntas. Cinco delas são brasileiras. Esta formação é inédita e foi realizada a convite do Sesc.

O grupo era conhecido como Feminist Improvising Group
até 1983, quando Maggie Nicols retomou o nome original.

4. Tocando dois saxofones ao mesmo tempo!

André Roligheten, saxofonista norueguês da Gard Nilssen’s Acoustic Unity não se contenta com um instrumento só. Ele tem o hábito de tocar dois saxofones ao mesmo tempo, ou clarinete e sax simultaneamente. Segundo o baterista Gard Nilssen, o líder da banda, esse recurso vai além de um desafio pessoal ou virtuosismo do colega, já que adiciona ao show “um som diferente, mais amplo”.

5. A respiração circular de Roscoe Mitchell

Nesta edição do Sesc Jazz, a The Art Ensemble of Chicago comemora 50 anos. O saxofonista Roscoe Mitchell, de 72 anos remanescente da formação original, é conhecido por sua técnica de respiração circular que permite tocar o instrumento de forma ininterrupta por mais de 10 minutos.

“Se eu fizer continuamente e se eu desejar criar frases longas que não acabam nunca, eu consigo. É um processo de constante aprendizado. Às vezes eu olho para coisas que fiz há muito tempo, e agora que eu sei a respiração circular, eu consigo fazer essas coisas de formas diferentes.” Roscoe Mitchell para o Houston Press.

Os ingressos para o Sesc Jazz estão à venda aqui no site e nas bilheterias das unidades do Sesc SP.


Texto e Edição: Carol Vidal, coordenadora do conteúdo online do Sesc Jazz e editora web do Sesc Avenida Paulista.

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